Como o aparelho se tornou objeto de consumo popular no Brasil (são mais de 180,7 milhões de telefones habilitados no país), as clínicas e hospitais recebem quantidade crescente de pacientes que relatam sofrer com o problema, ainda não incluído no DSM, o conjunto dos transtornos mentais reconhecidos pela Associação Americana de Psiquiatria.
Os sintomas variam de acordo com a intensidade da dependência. Começam com uma preocupação excessiva com o aparelho: nunca deixá-lo sem bateria, ter mais de um celular, preferir carregar o aparelho nas mãos a levá-lo na bolsa e priorizar o contato via celular. Nos casos mais graves, o vício provoca alteração de humor, respiração, taquicardia, ansiedade e nervosismo.
Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, em alguns casos o celular acaba funcionando como escape porque serve para aplacar a ansiedade.
Há também estudos que explicam a incidência maior no público jovem a partir de suas características cerebrais: antes da idade adulta, a região do córtex pré-frontal do cérebro (localizada na área da testa e responsável, entre outras coisas, por pensar e planejar ações, além de influenciar no controle dos impulsos) ainda não tem suas funções em pleno funcionamento.
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